O Brasil testemunhou algo novo hoje na sua bolsa de valores B3 — uma empresa abrindo capital não pelos seus produtos, mas pelo seu Bitcoin.
A OranjeBTC, uma empresa brasileira fundada pelo ex-executivo da Bridgewater Associates Guilherme Gomes, começou a negociar hoje na B3, a bolsa com sede em São Paulo que ancora os mercados de capitais da América Latina.
Apoiada por alguns dos maiores nomes do cripto global, a empresa entra nos mercados públicos detendo 3.675 BTC tornando-se instantaneamente a maior detentora corporativa de Bitcoin da região. Aos preços atuais, suas participações valem mais de 444 milhões de dólares.
Seu montante ofusca os 605 Bitcoin detidos pela fintech brasileira Méliuz, que no ano passado se tornou a primeira empresa listada do país a adotar uma estratégia de tesouraria em Bitcoin.
O modelo da empresa espelha o manual da Strategy nos Estados Unidos: emitir dívida conversível, levantar capital e comprar Bitcoin.
No início deste ano, a OranjeBTC garantiu um investimento de 210 milhões de dólares do maior banco do Brasil, o Itaú, através do seu braço de investimentos Itaú BBA, posicionando suas reservas de BTC como um ativo estratégico de longo prazo.
Essa rodada de financiamento também atraiu apoiadores de peso, incluindo Tyler e Cameron Winklevoss, o bilionário mexicano Ricardo Salinas, FalconX e Adam Back da Blockstream, junto com os fundos americanos Off the Chain Capital e ParaFi Capital.
Educação sobre Bitcoin para futuros investidores
Mas Gomes insiste que a visão da OranjeBTC vai além dos balanços. A empresa está lançando uma plataforma educacional projetada para ensinar acionistas e investidores institucionais sobre as propriedades monetárias do Bitcoin — o que chama de "camada de aprendizagem" para a próxima geração de poupadores do Brasil.
"Queremos ser um centro de informação e ajudar brasileiros e latino-americanos a entender o que é dinheiro, o papel de um ativo tangível e como o Bitcoin funciona", disse Gomes à WIRED en Español em setembro.
A mecânica da listagem seguirá um IPO reverso, com a OranjeBTC fundindo-se à Intergraus, já listada na B3.
Após a transação, cerca de 85% das ações estarão em livre circulação—abrindo as portas para que investidores institucionais e de varejo obtenham exposição direta a uma empresa cujo único produto real é a acumulação de Bitcoin.
Fonte: https://bitcoinmagazine.com/business/oranjebtc-goes-public-on-brazils-b3-driving-latin-americas-bitcoin-push



