Fusão entre a Warner e a Discovery em 2021 pavimentou o caminho para o fracasso Ilustração de Cheng Xin/Getty Images A atriz Margot Robbie em Barbie, filme da Warner que estourou nas bilheterias em meio do fracaso da fusão com a Discovery Divulgação Faz menos de cinco anos que David Zaslav, CEO da Warner Bros Discovery, negociou o que parecia ser o negócio da sua vida. Infelizmente, o acordo acabou sendo um fracasso que acabaria por levar à aquisição da empresa pela Netflix. Zaslav, conta o The Guardian, é um executivo ambicioso e influente que começou sua carreira na NBC e ascendeu à elite da mídia de Nova York ao transformar a Discovery, que passou de uma emissora a cabo focada em natureza e ciência a uma gigante dos reality shows. Mas ele ascendeu ao status de magnata em 2021, quando arquitetou uma megafusão entre a Discovery, lar de sucessos como Largados e Pelados, com a WarnerMedia, dona da HBO, da rede de notícias CNN e da Warner Bros., o lendário estúdio de cinema por trás de sucessos como Harry Potter, Batman: O Cavaleiro das Trevas, Casablanca e O Exorcista. Pilares tão queridos pelo público são "melhores e mais valiosos juntos", afirmou Zaz ao revelar o plano para o Warner Bros Discovery. "É extremamente empolgante combinar marcas históricas, jornalismo de classe mundial e franquias icônicas sob o mesmo teto." "Acreditamos que todos saem ganhando", declarou ele, prometendo grandes retornos para produtores e estrelas de Hollywood, investidores de Wall Street e fãs ao redor do mundo. Relíquias da morte Em dezembro de 2025, 55 meses após o anúncio da fusão e 44 meses após sua concretização, ficou claro que ninguém sairia ganhando. Os operadores em Hollywood, que receberam a promessa de "mais recursos e caminhos atraentes para um público maior", sofreram cortes de custos e uma luta contínua para revitalizar os lucros nas bilheterias. Os acionistas da Warner Bros. Discovery, que receberam a promessa de uma “empresa de crescimento em escala global comprometida com um balanço patrimonial sólido”, viram suas ações sofrerem quedas acentuadas no mercado e seus executivos lutarem para fortalecer o balanço. E os fãs e espectadores, que receberam a promessa de “opções mais diversas”, se viram às voltas com uma plataforma de streaming que sequer conseguia definir um nome. Embora o sucesso retumbante de Barbie tenha surgido em meio à fusão, o projeto já estava em desenvolvimento anos antes da Discovery entrar em cena. Uma pessoa, porém, se saiu relativamente bem. Como presidente e CEO da Warner Bros. Discovery, Zaslav manteve seu status como um dos chefes mais bem pagos do mundo corporativo americano. Só no ano passado, seu pacote de remuneração totalizou US$ 51,9 milhões. Sequência de derrotas A Warner Bros., fundada há mais de um século, superou sua cota de negociações em Wall Street. Ao longo dos anos, participou de fusões fracassadas com aTime Inc., editora de revistas; o AOL, o gigante pioneiro da era ponto-com; e a AT&T, a gigante das telecomunicações. A Discovery é apenas o episódio mais recente desta franquia que sempre teve baixo desempenho. Agora, a Netflix está assumindo o bastão, com um acordo de US$ 82,7 bilhões (R$ 62 bilhões) para adquirir ativos, incluindo a Warner Bros. e a HBO, das mãos da Discovery. Um comunicado de imprensa divulgado pelas duas empresas incluía uma promessa já conhecida: a fusão proposta geraria “mais opções, mais oportunidades e mais valor” para Hollywood, investidores e espectadores, dizia o texto. A história da Netflix é bastante conhecida: a empresa que começou como um serviço de streaming iniciante que licenciava filmes e séries de TV antigos se transformou em uma gigante do entretenimento. Enquanto esse sucesso provocava um abalo em Hollywood, os líderes da Warner Bros. desdenhavm do canal de streaming. "Achar que a Netflix vai liderar o mercado é um pouco como perguntar se o exército albanês vai dominar o mundo", disse Jeff Bewkes, então CEO da Time Warner, ao New York Times em 2010. "Acho que não." O mundo agora apertou a mão do exército albanês e concordou com uma tomada de poder. O cenário atual é bem diferente. Mas algumas coisas nunca mudam. Outro acordo para a Warner: será que dessa vez vai dar certo? Fusão entre a Warner e a Discovery em 2021 pavimentou o caminho para o fracasso Ilustração de Cheng Xin/Getty Images A atriz Margot Robbie em Barbie, filme da Warner que estourou nas bilheterias em meio do fracaso da fusão com a Discovery Divulgação Faz menos de cinco anos que David Zaslav, CEO da Warner Bros Discovery, negociou o que parecia ser o negócio da sua vida. Infelizmente, o acordo acabou sendo um fracasso que acabaria por levar à aquisição da empresa pela Netflix. Zaslav, conta o The Guardian, é um executivo ambicioso e influente que começou sua carreira na NBC e ascendeu à elite da mídia de Nova York ao transformar a Discovery, que passou de uma emissora a cabo focada em natureza e ciência a uma gigante dos reality shows. Mas ele ascendeu ao status de magnata em 2021, quando arquitetou uma megafusão entre a Discovery, lar de sucessos como Largados e Pelados, com a WarnerMedia, dona da HBO, da rede de notícias CNN e da Warner Bros., o lendário estúdio de cinema por trás de sucessos como Harry Potter, Batman: O Cavaleiro das Trevas, Casablanca e O Exorcista. Pilares tão queridos pelo público são "melhores e mais valiosos juntos", afirmou Zaz ao revelar o plano para o Warner Bros Discovery. "É extremamente empolgante combinar marcas históricas, jornalismo de classe mundial e franquias icônicas sob o mesmo teto." "Acreditamos que todos saem ganhando", declarou ele, prometendo grandes retornos para produtores e estrelas de Hollywood, investidores de Wall Street e fãs ao redor do mundo. Relíquias da morte Em dezembro de 2025, 55 meses após o anúncio da fusão e 44 meses após sua concretização, ficou claro que ninguém sairia ganhando. Os operadores em Hollywood, que receberam a promessa de "mais recursos e caminhos atraentes para um público maior", sofreram cortes de custos e uma luta contínua para revitalizar os lucros nas bilheterias. Os acionistas da Warner Bros. Discovery, que receberam a promessa de uma “empresa de crescimento em escala global comprometida com um balanço patrimonial sólido”, viram suas ações sofrerem quedas acentuadas no mercado e seus executivos lutarem para fortalecer o balanço. E os fãs e espectadores, que receberam a promessa de “opções mais diversas”, se viram às voltas com uma plataforma de streaming que sequer conseguia definir um nome. Embora o sucesso retumbante de Barbie tenha surgido em meio à fusão, o projeto já estava em desenvolvimento anos antes da Discovery entrar em cena. Uma pessoa, porém, se saiu relativamente bem. Como presidente e CEO da Warner Bros. Discovery, Zaslav manteve seu status como um dos chefes mais bem pagos do mundo corporativo americano. Só no ano passado, seu pacote de remuneração totalizou US$ 51,9 milhões. Sequência de derrotas A Warner Bros., fundada há mais de um século, superou sua cota de negociações em Wall Street. Ao longo dos anos, participou de fusões fracassadas com aTime Inc., editora de revistas; o AOL, o gigante pioneiro da era ponto-com; e a AT&T, a gigante das telecomunicações. A Discovery é apenas o episódio mais recente desta franquia que sempre teve baixo desempenho. Agora, a Netflix está assumindo o bastão, com um acordo de US$ 82,7 bilhões (R$ 62 bilhões) para adquirir ativos, incluindo a Warner Bros. e a HBO, das mãos da Discovery. Um comunicado de imprensa divulgado pelas duas empresas incluía uma promessa já conhecida: a fusão proposta geraria “mais opções, mais oportunidades e mais valor” para Hollywood, investidores e espectadores, dizia o texto. A história da Netflix é bastante conhecida: a empresa que começou como um serviço de streaming iniciante que licenciava filmes e séries de TV antigos se transformou em uma gigante do entretenimento. Enquanto esse sucesso provocava um abalo em Hollywood, os líderes da Warner Bros. desdenhavm do canal de streaming. "Achar que a Netflix vai liderar o mercado é um pouco como perguntar se o exército albanês vai dominar o mundo", disse Jeff Bewkes, então CEO da Time Warner, ao New York Times em 2010. "Acho que não." O mundo agora apertou a mão do exército albanês e concordou com uma tomada de poder. O cenário atual é bem diferente. Mas algumas coisas nunca mudam. Outro acordo para a Warner: será que dessa vez vai dar certo?

O fracasso fulminante da Warner: compra pela Netflix vem depois de sequência de derrotas

2025/12/06 20:27
Fusão entre a Warner e a Discovery em 2021 pavimentou o caminho para o fracasso — Foto: Ilustração de Cheng Xin/Getty Images Fusão entre a Warner e a Discovery em 2021 pavimentou o caminho para o fracasso — Foto: Ilustração de Cheng Xin/Getty Images
Continuar lendo
A atriz Margot Robbie em Barbie, filme da Warner que estourou nas bilheterias em meio do fracaso da fusão com a Discovery — Foto: Divulgação A atriz Margot Robbie em Barbie, filme da Warner que estourou nas bilheterias em meio do fracaso da fusão com a Discovery — Foto: Divulgação

Faz menos de cinco anos que David Zaslav, CEO da Warner Bros Discovery, negociou o que parecia ser o negócio da sua vida. Infelizmente, o acordo acabou sendo um fracasso que acabaria por levar à aquisição da empresa pela Netflix.

Zaslav, conta o The Guardian, é um executivo ambicioso e influente que começou sua carreira na NBC e ascendeu à elite da mídia de Nova York ao transformar a Discovery, que passou de uma emissora a cabo focada em natureza e ciência a uma gigante dos reality shows.

Mas ele ascendeu ao status de magnata em 2021, quando arquitetou uma megafusão entre a Discovery, lar de sucessos como Largados e Pelados, com a WarnerMedia, dona da HBO, da rede de notícias CNN e da Warner Bros., o lendário estúdio de cinema por trás de sucessos como Harry Potter, Batman: O Cavaleiro das Trevas, Casablanca e O Exorcista.

Pilares tão queridos pelo público são "melhores e mais valiosos juntos", afirmou Zaz ao revelar o plano para o Warner Bros Discovery. "É extremamente empolgante combinar marcas históricas, jornalismo de classe mundial e franquias icônicas sob o mesmo teto."

"Acreditamos que todos saem ganhando", declarou ele, prometendo grandes retornos para produtores e estrelas de Hollywood, investidores de Wall Street e fãs ao redor do mundo.

Relíquias da morte

Em dezembro de 2025, 55 meses após o anúncio da fusão e 44 meses após sua concretização, ficou claro que ninguém sairia ganhando. Os operadores em Hollywood, que receberam a promessa de "mais recursos e caminhos atraentes para um público maior", sofreram cortes de custos e uma luta contínua para revitalizar os lucros nas bilheterias.

Os acionistas da Warner Bros. Discovery, que receberam a promessa de uma “empresa de crescimento em escala global comprometida com um balanço patrimonial sólido”, viram suas ações sofrerem quedas acentuadas no mercado e seus executivos lutarem para fortalecer o balanço.

E os fãs e espectadores, que receberam a promessa de “opções mais diversas”, se viram às voltas com uma plataforma de streaming que sequer conseguia definir um nome. Embora o sucesso retumbante de Barbie tenha surgido em meio à fusão, o projeto já estava em desenvolvimento anos antes da Discovery entrar em cena.

Uma pessoa, porém, se saiu relativamente bem. Como presidente e CEO da Warner Bros. Discovery, Zaslav manteve seu status como um dos chefes mais bem pagos do mundo corporativo americano. Só no ano passado, seu pacote de remuneração totalizou US$ 51,9 milhões.

Sequência de derrotas

A Warner Bros., fundada há mais de um século, superou sua cota de negociações em Wall Street. Ao longo dos anos, participou de fusões fracassadas com aTime Inc., editora de revistas; o AOL, o gigante pioneiro da era ponto-com; e a AT&T, a gigante das telecomunicações.

A Discovery é apenas o episódio mais recente desta franquia que sempre teve baixo desempenho. Agora, a Netflix está assumindo o bastão, com um acordo de US$ 82,7 bilhões (R$ 62 bilhões) para adquirir ativos, incluindo a Warner Bros. e a HBO, das mãos da Discovery.

Um comunicado de imprensa divulgado pelas duas empresas incluía uma promessa já conhecida: a fusão proposta geraria “mais opções, mais oportunidades e mais valor” para Hollywood, investidores e espectadores, dizia o texto.

A história da Netflix é bastante conhecida: a empresa que começou como um serviço de streaming iniciante que licenciava filmes e séries de TV antigos se transformou em uma gigante do entretenimento.

Enquanto esse sucesso provocava um abalo em Hollywood, os líderes da Warner Bros. desdenhavm do canal de streaming. "Achar que a Netflix vai liderar o mercado é um pouco como perguntar se o exército albanês vai dominar o mundo", disse Jeff Bewkes, então CEO da Time Warner, ao New York Times em 2010. "Acho que não."

O mundo agora apertou a mão do exército albanês e concordou com uma tomada de poder. O cenário atual é bem diferente. Mas algumas coisas nunca mudam.

Outro acordo para a Warner: será que dessa vez vai dar certo?

Mais recente Próxima A surpreendente compra da Warner Bros pela Netflix que pode revolucionar indústria do cinema nos EUA
Isenção de responsabilidade: Os artigos republicados neste site são provenientes de plataformas públicas e são fornecidos apenas para fins informativos. Eles não refletem necessariamente a opinião da MEXC. Todos os direitos permanecem com os autores originais. Se você acredita que algum conteúdo infringe direitos de terceiros, entre em contato pelo e-mail service@support.mexc.com para solicitar a remoção. A MEXC não oferece garantias quanto à precisão, integridade ou atualidade das informações e não se responsabiliza por quaisquer ações tomadas com base no conteúdo fornecido. O conteúdo não constitui aconselhamento financeiro, jurídico ou profissional, nem deve ser considerado uma recomendação ou endosso por parte da MEXC.