O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), disse nesta 6ª feira (12.nov.2025) que conversou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e com deputados para trocar a atual empresa responsável pela manutenção da energia em São Paulo, a Enel. A declaração foi feita em entrevista à GloboNews.
“Conversei hoje de manhã, o Tarcísio me ligou, com vários deputados federais, acho que chegou no ponto de dar um basta e virar essa página e colocar aqui uma empresa que possa atender a população e a gente não ficar todas as vezes nesse estado de calamidade, de caos, com as pessoas sofrendo”, declarou Nunes.
Três dias após o forte vendaval que atingiu a região metropolitana da cidade, 700 mil imóveis permaneciam às escuras, segundo boletim publicado pela concessionária às 11h. No pico, na 4ª (10.dez), o apagão atingiu 2,2 milhões de imóveis.
O prefeito disse que o próximo passo será levar a demanda ao Governo Federal. “Chegou num limite, aliás já passou, nós extrapolamos o limite para que tenha uma intervenção nessa empresa e que seja substituído por uma empresa que dê atendimento à população”, afirmou.
Em agosto, a prefeitura de São Paulo entrou com uma ação na Justiça Federal para impedir a antecipação da renovação do contrato de concessão de energia elétrica com a Enel, que se encerra em 2028.
A ação judicial tinha como objetivo obrigar o governo federal, responsável pela concessão, e a Aneel, agência reguladora federal, a considerarem a realidade de São Paulo antes de qualquer renovação do contrato, exigindo que a concessionária se adapte aos novos desafios climáticos e ambientais cada vez mais comuns na região metropolitana da maior cidade do país.
O pedido foi aceito em outubro e a suspensão da renovação também foi aprovada. Ou seja, o processo de renovação antecipada ainda está em análise e não foi concluído até este momento. A Justiça determinou que novas análises sejam feitas antes de qualquer decisão sobre prorrogar o contrato da Enel para além de 2028.
Um forte vendaval causado por um ciclone extratropical deixou grande parte da região metropolitana de São Paulo sem energia elétrica na 4ª feira (10.dez), na 5ª feira (11.dez) e na 6ª feira (12.dez), afetando serviços essenciais, transporte e rotina da população. Ventos de até 98 km/h derrubaram centenas de árvores e provocaram danos à rede de distribuição de energia, segundo registros meteorológicos e a concessionária responsável pelo fornecimento.
A distribuidora Enel informou que mais de 2,2 milhões de clientes ficaram sem luz no auge da tempestade. Na noite de 5ª, mais de 1,3 milhão de imóveis ainda não haviam tido a energia restabelecida. Nesta 6ª, a região metropolitana ainda tem mais de 700 mil imóveis às escuras.
A falta de energia provocou impactos em diferentes setores: sem luz, mais de 200 semáforos ficaram inoperantes, causando congestionamentos; o sistema de abastecimento de água sofreu interrupções em áreas atendidas pela Sabesp; e cerca de 400 voos foram cancelados ou atrasados nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos por causa do apagão e da instabilidade do serviço.
Autoridades estaduais criticaram a gestão da Enel frente à crise. O governador de São Paulo declarou que a população está “refém” da concessionária e cobrou uma resposta mais rápida e eficaz para evitar que eventos climáticos causem apagões generalizados, em um contexto de frequentes interrupções nos últimos anos.
A Enel ressaltou que mobilizou milhares de equipes técnicas e que os trabalhos de reparo continuarão até que todos os clientes retomem o serviço, mas não estabeleceu um prazo definitivo para o restabelecimento total da energia em todas as áreas afetadas.


