Grupo de advogados que apoia o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Prerrogativas uniu na noite desta 6ª (12.dez.2025), no mesmo palco, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).
Os 3 não foram anunciados como pré-candidatos pelo anfitrião Marco Aurélio de Carvalho, mas em boa parte das rodas de conversa na Casa Natura Musical, em Pinheiros, o assunto era este: ali estava a chapa ideal para disputar o governo paulista e as duas vagas ao Senado do Estado que estarão em disputa em 2026.
A festa na casa de shows da zona oeste de São Paulo foi prestigiada por Lula, que chegou ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, às 21h05 e só deixou o local mais de duas horas depois, às 23h10. O presidente não falou. Ficou em uma área reservada do mezanino da Casa Natura Musical. Foi aplaudido por um minuto pelos presentes.
O presidente ouviu com sorriso os breves discursos dos homenageados, especialmente quando Tebet falou que estará em seu palanque em 2026, na tentativa de reeleição. Haddad e Alckmin também falaram rapidamente no palco. À imprensa, o ministro da Fazenda não quis responder sobre as eleições. Ele já declarou que vai deixar o cargo no governo para ajudar na reeleição de Lula, mas não fala abertamente em candidatura, seja para o governo de São Paulo, seja para o Senado.
“Espero que sim“, disse Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, ao ser questionado pelo Poder360 se Alckmin, Haddad e Tebet deveriam ser candidatos em São Paulo em 2026. Mas o deputado completou: “Tem que convencer o Haddad”.
Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, disse que o grupo sempre “lançou boas ideias eleitorais”. Lembrou do jantar de 2021, que uniu Lula e Alckmin, quando os 2 ainda ensaiavam a aliança que iria sair vitoriosa da eleição presidencial do ano seguinte. “Alckmin, Haddad e Tebet é uma chapa paulista, mas é também uma chapa nacional. São 3 nomes muito competitivos em São Paulo e no Brasil”, disse o advogado a este jornal digital.
A definição das candidaturas em São Paulo depende de um fator: o destino eleitoral do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A composição pode ser uma se Tarcísio disputar a reeleição no Estado. Ou pode ser outra se o governador decidir concorrer ao Palácio do Planalto.
Para compor a “chapa paulista”, com uma eventual candidatura ao Senado pelo Estado, Tebet teria de mudar seu domicílio eleitoral de Mato Grosso do Sul para São Paulo até abril de 2026. Ela também é cotada para vice de Lula, caso Alckmin saia novamente para governador, cargo que já ocupou de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018.
Os acertos no MDB de Tebet também são uma variável. O partido pode optar por liberar acordos pontuais nos Estados, abrindo a porta para uma candidatura da ministra ao Senado pelo campo político de Lula. Esse cenário esbarra nos planos do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), para o partido em São Paulo. Nunes é oposição ao governo federal.
A festa na casa de show da zona oeste paulistana serviu salgadinhos populares, como pastel e coxinha, e canapés de entrada. No menu principal, predominou a massa, mas os garçons também ofereceram hambúrgueres aos presentes. Espumante, vinho e cerveja enchiam as taças. Não havia muitas mesas para os cerca de 750 presentes. A maioria ficou em pé.
O evento começou com a leitura de um manifesto contra o feminicídio, em protesto aos recentes casos de violência que ganharam repercussão nacional. O Prerrogativas também exibiu um vídeo sobre o tema.
A dupla Edu Krieger e Natalia Voss, que faz paródias políticas usando clássicos da MPB, abriu a programação musical. Depois das homenagens –em que Alckmin ganhou uma meia colorida, vestimenta que costuma usar em eventos públicos– e dos discursos dos homenageados, foi a vez do cantor Xande de Pilares subir no palco.
Entre as autoridades, também estavam presentes a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o presidente da Embratur (Empresa Brasileira de Promoção do Turismo), Marcelo Freixo, os deputados federais Rui Falcão (PT-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP), o deputado estadual paulista Emídio de Souza (PT), entre outros.
O humorista e ator Paulo Vieira também compareceu, assim como o economista Felipe Salto e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O Prerrô, como é conhecido entre seus integrantes, tinha até agosto de 2024 ao menos 28 integrantes em cargos públicos no governo Lula. Com filiados ao PT e ao Psol, o grupo de advogados é definido como “mais lulista que petista” e tem o apoio ao presidente como o único consenso.


