O dólar fechou esta segunda-feira (15) em alta de 0,21%, a R$ 5,42. O movimento foi associado, principalmente, à saída de recursos no mercado à vista, comum no fim do ano, quando aumentam as remessas de lucros e dividendos ao exterior.
Parte da valorização do dólar no Brasil também esteve ligada ao fortalecimento da moeda americana frente a divisas de países emergentes e exportadores de commodities. O movimento ocorreu em um dia de queda do petróleo, o que costuma afetar moedas ligadas a matérias-primas.
Além disso, a valorização do iene, diante da perspectiva de alta de juros no Japão ainda nesta semana, pode ter provocado ajustes em operações de carry trade — estratégia que envolve a tomada de recursos em países com juros baixos para aplicação em mercados com taxas mais elevadas.
Em dezembro, a moeda acumula valorização de 1,63%, após queda de 0,85% em novembro. Em 2025, porém, o dólar apresenta recuo de 12,27%.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, operava perto da estabilidade no fim da tarde, ao redor de 98,300 pontos. Pela manhã, havia tocado mínima de 98,136 pontos. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Os juros dos Treasuries de dois anos, mais sensíveis às expectativas para a política monetária dos EUA, recuavam pouco mais de 0,40%, na faixa de 3,50%.
No Federal Reserve (Fed), o diretor Stephen Miran voltou a defender novos cortes de juros após votar por uma redução maior na última reunião. Já o presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que a política monetária está em posição neutra e preparada para o início de 2026.
Em fala ao Broadcast, o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, também observa pressão compradora para remessas ao exterior. Ele ressalta que a liquidez está mais restrita, já que exportadoras anteciparam a internalização de recursos para cumprir compromissos no fim do ano.
Segundo Galhardo, o Banco Central pode atuar nos próximos dias para fornecer liquidez ao mercado, por meio de leilões de linha, que funcionam como empréstimos de dólares, ou até com venda direta da moeda à vista.
Além do fator sazonal, uma eventual alta de juros no Japão pode reduzir o apetite por operações de carry trade, afetando moedas como o real.
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