Sindicatos de trabalhadores dos Correios de algumas das maiores bases de funcionários da estatal aprovaram nesta 3ª feira (16.dez.2025) greve geral por tempo indeterminado. A paralisação entrou em vigor às 22h.
Foram aprovadas greves em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba, com o aval das respectivas direções sindicais locais. Em São Paulo, os trabalhadores aprovaram a paralisação contra a orientação da direção do sindicato paulista.
Também decretaram greve nesta 3ª feira as bases de Vale do Paraíba (SP), Campinas (SP), Santos (SP) e Londrina (PR).
As paralisações foram anunciadas pelos sindicatos depois de cada base ter realizado assembleia local. Associações de trabalhadores dos Correios de todo o país já haviam aprovado durante as últimas duas semanas indicativos de greve após as representações sindicais não terem chegado a um consenso com a estatal sobre o novo ACT (acordo coletivo de trabalho).
Outros 12 sindicatos decidiram por manter o estado de greve –alerta que indica que os trabalhadores estão mobilizados e se preparando para uma paralisação: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Roraima, Santa Maria (RS) Juiz de Fora (MG), Bauru (SP).
Funcionários dos Correios cobram a direção da empresa por reajustes e um benefício de fim de ano conhecido como “vale-peru”. Também reclamam de não ter havido nenhuma proposta de reajuste baseada na inflação. Alegam não serem culpados pela crise que a empresa atravessa e que tampouco podem ser sacrificados por isso.
Os trabalhadores querem manter benefícios como o adicional de 70% de férias, pagamento de 200% nos finais de semana e a concessão do vale-peru de R$ 2,5 mil. Os Correios argumentam que a situação da estatal não permite.
Desde a última 5ª feira (11.dez), o TST (Tribunal Superior do Trabalho) vem conduzindo reuniões de mediação com representantes sindicais e da direção da estatal.
Foram 2 encontros na semana passada, um na 2ª feira (15.dez) e outras duas reuniões nesta 3ª feira (16.dez), quando os Correios propuseram reajuste pela inflação e cederam a outras exigências, mas sem pagamento do vale-peru. A proposta não foi aceita pelos sindicatos.
A discordância já se arrasta desde julho, quando venceu o atual ACT, negociado pela diretoria anterior da estatal. O acordo vigente vem sendo prorrogado desde então.
Os Correios têm prorrogado o ACT no momento em que a situação financeira da empresa se agrava. A estatal, que apresenta prejuízo de R$ 6,1 bilhões no acumulado até setembro, tentou fechar um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos e com garantia do Tesouro Nacional. A operação foi rejeitada pelo órgão.
Agora, está em análise no Ministério da Fazenda uma proposta de empréstimo de R$ 12 bilhões, que entrará no plano de reestruturação da estatal.



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