O congresso nacional da juventude do PT (Partido dos Trabalhadores) aprovou, na 6ª feira (19.dez.2025), uma moção para abrir um procedimento no comitê de ética do partido contra o vice-presidente da legenda, Washington Quaquá. Ele é também prefeito de Maricá (RJ). O petista já tem 3 pedidos registrados por ter elogiado a mega operação policial no Rio, nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou 122 mortos em outubro, incluindo 5 policiais.
Segundo a juventude do partido, “não é de hoje que Quaquá vem escalando no seu discurso fascista, que vai contra os preceitos partidários, sem que qualquer medida à altura das suas declarações sejam tomadas no âmbito das instâncias petistas”. Em nota enviada ao Poder360, Quaquá disse estar pronto para defender seus argumentos e posições. “Um partido popular e de esquerda não pode ser polarizado por uma juventude de classe média alta, universitária, que não vive a realidade do povo e idealiza a bandidagem”, afirmou.
As declarações que levaram ao pedido foram feitas durante um seminário do PT sobre segurança pública no Rio, realizado entre 1º e 2 de dezembro. “A gente entra nesses territórios para mudar a prática e a vida do território e libertar a vida do povo. Se a gente não faz isso, ninguém o fará. É óbvio que a polícia do Rio, o Bope, só matou ali otário, vagabundo, bandido. Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’. Não. Tudo bandido”, disse Quaquá, segundo a CNN Brasil. Pessoas da plateia o confrontaram ao dizer que ele estava mentindo, o que provocou um bate-boca na ocasião.
“Você vai ouvir eu falar ou vai ficar berrando? Então, era tudo bandido. Eu ouço bobagens à vontade. Espero que na democracia se ouça as bobagens dos outros. Eu ouço a de vocês, valeu? E depois querem dizer que são de esquerda e democráticos, mas só ouvem a própria opinião”, declarou Quaquá.
Logo depois da operação, realizada em 30 de outubro, o petista afirmou em suas redes sociais que “ninguém enfrenta fuzil com beijinho”. Quaquá disse que “se enfrenta fuzil dando tiro em quem tá com fuzil” e que, embora se sinta “consternado” com a morte de policiais e inocentes, a “grande maioria” dos mortos era “soldado do narcotráfico”.
Leia a íntegra da nota de Quaquá:
“Os jovens, principalmente os pretos e pobres das favelas, são as maiores vítimas da violência no Brasil. Causa-me espanto e surpresa que, justamente, quem os representa no PT queira me punir por me posicionar contra bandidos que causam morte e dor nas comunidades do país.
“Mas somos um partido democrático, e estou pronto para defender meus argumentos e posições, sempre ao lado dos que mais precisam de um Estado que liberte as favelas do domínio armado de facções e das milícias, que tanto mal fazem ao nosso povo.
“Um partido popular e de esquerda não pode ser polarizado por uma juventude de classe média alta, universitária, que não vive a realidade do povo e idealiza a bandidagem. Aconselho esses meninos a viver a vida da favela, conhecer, de fato, o que existe lá e vir a Maricá ver o que fazemos pela juventude, para pararem de defender bandidos e serem coerentes com a defesa dos pobres, razão de ser e de construir nosso partido.”



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