Queda no preço do petróleo reduziu o peso de cidades produtoras no PIB, enquanto capitais ganharam puxadas pelos serviçosQueda no preço do petróleo reduziu o peso de cidades produtoras no PIB, enquanto capitais ganharam puxadas pelos serviços

Municípios extrativistas freiam desconcentração econômica em 2023

2025/12/29 17:12

Municípios com forte dependência da indústria extrativa perderam participação no PIB (Produto Interno Bruto) em 2023, o que contribuiu para desacelerar o processo de desconcentração econômica no país. O movimento se deu depois da queda nos preços do petróleo e do minério de ferro e beneficiou capitais estaduais, impulsionadas sobretudo pelo setor de serviços, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No grupo dos 5 municípios com as maiores perdas de participação no PIB de 2022 a 2023, todos tinham economias ligadas à exploração de petróleo. Maricá (RJ) registrou a maior queda, de 0,35 ponto percentual, seguida por Niterói (RJ), com 0,18 ponto percentual, e Saquarema (RJ), com 0,16 ponto percentual. Ilhabela (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) completam a lista.

Como resultado, a participação dos 5.543 municípios que não são capitais no PIB nacional recuou de 72,5% em 2022 para 71,7% em 2023, enquanto as 27 capitais ampliaram sua fatia de 27,5% para 28,3%. O ano de 2022 havia marcado o menor peso relativo das capitais desde o início da série histórica, em 2002.

Os dados fazem parte do estudo PIB dos Municípios 2023, divulgado pelo IBGE em 19 de dezembro de 2025. A pesquisa reúne informações de PIB a preços de mercado e PIB per capita dos 5.570 municípios brasileiros. A abertura por atividade econômica segue suspensa e será retomada em 2027, após a nova série do Sistema de Contas Nacionais, com ano-base 2021.

Segundo o analista de Contas Regionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá, o resultado reflete fatores conjunturais. Ele afirma que o ganho das capitais decorre, em grande medida, das perdas registradas por municípios não capitais fortemente ligados à extração de petróleo, o que interrompeu temporariamente a tendência de desconcentração observada nos últimos anos.

O desempenho do setor de serviços, especialmente atividades financeiras e administrativas, foi determinante para o avanço das capitais. São Paulo (SP) liderou os ganhos, com aumento de 0,36 ponto percentual, alcançando 9,7% do PIB nacional em 2023. Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ) também ampliaram participação, cada uma em 0,08 ponto percentual ou menos.

CONCENTRAÇÃO URBANA

Entre as 185 concentrações urbanas com mais de 100 mil habitantes, 119 ampliaram sua participação no PIB nacional em 2023. Das 26 grandes concentrações urbanas (mais de 750 mil habitantes), 17 registraram crescimento no mesmo período.

A maior delas, a concentração urbana de São Paulo, formada por 37 municípios, passou de 15,8% para 16,2% do PIB nacional de 2022 a 2023. Já a concentração urbana do Rio, com 21 municípios, recuou de 8,7% para 8,0%, impactada pela perda de peso de cidades produtoras de petróleo, embora tenha mantido a 2ª posição no ranking nacional.

DEZ MUNICÍPIOS CONCENTRAM 1/4 DO PIB

Dez municípios responderam por 24,5% da economia brasileira em 2023. São Paulo (SP) liderou, com 9,7%, seguido pelo Rio de Janeiro (RJ), 3,8%, e Brasília (DF), 3,3%. Na sequência aparecem Maricá (RJ), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM), cada um com 1,2% do PIB nacional.

Em 2002, essa mesma fatia estava concentrada em apenas 4 municípios, o que mostra o avanço do processo de desconcentração ao longo das últimas duas décadas, apesar da reversão parcial observada em 2023.

PIB PER CAPITA

Saquarema (RJ) liderou o ranking nacional de PIB per capita em 2023, com R$ 722,4 mil por habitante, impulsionada pela extração de petróleo e gás. Entre as capitais, Brasília (DF) apresentou o maior valor, R$ 129,8 mil, o equivalente a 2,41 vezes a média nacional, de R$ 53,9 mil.

No extremo oposto, Manari (PE) registrou o menor PIB per capita do país, com R$ 7.201,70. Quatro dos 5menores valores estavam em municípios do Maranhão, o que demonstra a persistência das desigualdades regionais.

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